O fundo do poço é um dos lugares mais visitados do mundo, mas ninguém tira selfie nele. Não se iluda com a vida perfeita das pessoas nas redes sociais.
20/09/2024
Todos passamos por momentos difíceis, temos sentimentos mal resolvidos, fases complexas, imperfeições que não mostramos e dores que não contamos a ninguém.
É natural que, quando estamos envolvidos pela dor, acreditemos que somos os únicos passando por isso. A comparação com a vida nas redes cria uma falsa ilusão de que os outros estão vivendo de forma mais plena e feliz do que nós. Mas a verdade é que, em nossa humanidade, todos temos tristezas e também alegrias.
Nem sempre as dores são mostradas, o que não quer dizer que elas não existam.
As redes sociais são a vitrine das aparências. E, embora algumas coisas possam ser autênticas, as redes sociais não devem servir de parâmetro para nossa vida emocional.
Não existem vidas perfeitas. Existem vidas possíveis.
Não é sobre ser equilibrado, é sobre se equilibrar.
Cada um de nós enfrenta desafios que ninguém vê. Contudo, o que consideramos ser o “fundo do poço” é frequentemente o começo de uma nova fase. Às vezes, precisamos ir ao extremo de nossas dores para permitir o nascimento da mudança que tanto necessitamos. O temido “fundo do poço” não é o fim de nossas vidas. Ele é uma etapa. Um estágio de introspecção e refazimento. Um casulo interior que nos mostra que a única opção daqui para diante é crescer.
Quando temos paciência para cuidar de nossas dores e recomeçar, percebemos que, mais importante do que o que é postado, é o que realmente é sentido. E, se tivermos compaixão para nos acolher e entender que nossa vida não é nem menor nem maior do que a de ninguém, encontramos o caminho para a cura.
(Alexandro Gruber)